O caminho mais longo pode ser o caminho mais curto! Continue a Seguir Viagem.







quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

2 em 1

Fecho os olhos e me reporto ao meu aniversário de 21
anos, eu estava em Caxias do Sul - RS fazendo missões.
Meus pais estavam em casa, meu pai desempregado e
tudo já estava um caos. Essas lembranças estão tão
distantes, não me parece 2010. Eu tão novinha tão
cheia de esperança.

Tento me lembrar de cada momento, os rostos, os lugares,
os cheiros, o acampamento em Rio Bonito vem na mente
agora e eu me acalmo e vejo que realmente a lembrança
está longe, sozinha, vazia. Minha sensação é que tudo
aconteceu a muito tempo, eu era tão frágil.

A vida me pregou uma peça este ano e por vezes eu agi
muito bem, já certos momentos eu me perdi e me senti
totalmente andando em uma floresta úmida e fria. Tive
experiencias dolorosas, achei que não conseguiria encontrar
um campo aberto e fresco.

Muitas pessoas passaram por mim e antes tivessem apenas
passado e ido embora rápido. Não, elas insistiram, ficaram,
me deixaram em paradoxo e demoraram a ver que eu não
era o que elas procuravam. Isso me irritou bastante.

Enfrentei crises cansativas no seminário, saudades da
família reunida, vontade de voltar pra Itaperuna,
vontade de mudar o rumo, de interferir naquilo que
Deus já estava fazendo e eu não percebia.

Fico me perguntando: tem certeza que tudo isso aconteceu
em apenas um ano? Impossível gente, acreditem, foi muita
coisa mesmo! "envelheci 10 anos nesses últimos meses"
mas consegui reunir um cadinho de força pra terminar o
ano em paz. A essencia do meu ser viveu dois anos em apenas
um, viajei milhas e milhas pelo mesmo estado.

Percorri desertos e nas paradas pelo caminho parte de mim
ficava, outras eu levava comigo e assim me desmontei de
partes estranhas que eu acreditava guardar pra ninguem ver.
O tempo passou e minha intensidade o deixou ainda mais pesado.
O ar por vezes ficava seco e as trilhas sonoras de John Mayer por
vezes não me deixaram ouvir o barulho do mar, as folhas balançando
nas árvores e a beleza que é uma noite no deserto.

Hoje estou aliviada, em paz ...

O Som da estrada já está mais agradável o ar está fresco o
calor do verão me motiva e não tenho muitas espectativas
para 2011, quero apenas continuar nessa minha viagem e
ver apenas a curva, o que vem depois da curva eu não posso
ver. Só sei dizer que irei fazer a curva com tranquilidade.
E tudo o que espero é que 2011 seja calmo, sem grandes
emoções, e que eu escute ainda mais os barulhos simples
do dia, da noite, das estradas.

Vida simples e elevada!

Agradecimentos

Obrigada meu Deus por me permitir viver. POr ter morrido
pelo simples fato da minha existência, obrigada por arrebatar
meu coração, minha alma e fazer de mim alguem melhor.
Obrigada por tantos problemas neste ano, por tantas emoções
por tantas complicações, aprendi! Sei que tudo coopera para o
bem aqueles que te amam, que creem no seu poder. Obrigada
pelas orações respondidas, pelo cuidado, por ser meu!
Pai .. obrigada por ser a luz que guia os meus passos!


Minha família, minha base, meu lugar seguro, onde eu sempre
me lembro de quem sou e tudo o que posso ser.
PIBI, por acreditar/confiar em mim. A todos os amigos
de infância/adolescencia que permaneceram na minha
vida; Barbara, Natacha, Mila, Ana Clara, Paula Rios, Vanessinha
Marlon, Thayson (...) Nossa Pibi!

Juberj, tenho pra onde correr quando simplesmente não quero
voltar pra casa; Humberto, Romulo, Nelsin, Thiago, Leo, Enila,
Gil, Cabeça, Aninha .. nossa muita gente querida..
(respiro fundo aqui) É com vcs que tudo acontece, que eu volto
sempre a acreditar na amizade.

Faculdade Batista Macaense, onde me desfaço e me encontro.
Em especial os professores: Gerson Dudus, Leo Alvarenga,
Rodrigo Pinheiro por serem amigos, interlocutores e por
cuidarem tão bem de mim. A minha amiga e coordenadora
Lusiane, obrigada pelo espaço e pela força!

Tia Rê .. parte mais oposta de mim, o contrário daquilo que
sou e nem por isso deixamos de nos cuidar. Marcos Martins,
por não ser apenas aquele cara que senta do meu lado na
sala de aula, discutimos teologia, sofremos, choramos, rimos,
não tenho palavra pra agradecer!

Daniel Rezende, por ser meu anjo e me proteger até de mim
mesma. Por me amar e enfrentar tudo de bom e ruim ao
meu lado.

LC .. o lider de Juba mais maluco que eu conheço, valeu cara!
Em fim.. a turma Pr. Josimar, é isso ai povo .. 2011 nossa
formatura! A Jubasem por fazer o final de 2010 muito mais
feliz do que eu imaginei ser.

********

Se você esteve na minha vida em 2010 .. muito obrigada!
Se você não estiver nela em 2011 não ficarei triste ...

Seguir Viagem!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pé na Tábua

"Percebi uma inveja inocente nos outros caras.
Gostaríamos que eles se juntassem a nós, e eles
também gostariam, mas a escola e o trabalho eram
os donos de sua juventude. Viagens como a nossa
eram a grama sempre mais verde do vizinho, que
permaneceriam desconhecidas por medo de acreditar
em ditados banais, ditados, que, algumas vezes, são
verdadeiro. Mas a existência deles se submete ao
peso e à consciência do tempo, um lugar do qual
estávamos lentamente escapando, um mundo se
tornando mais distante a cada hora e quilômetro.
Nossas cartas chegariam como mensagens em
garrafas lançadas de costas distantes."


Mais quem foi mesmo que disse que eu preciso "criar raízes"?
Eu sei exatemente de onde vim e o único endereço fixo está
na rua major domingos dos santos figueiredo n° 180, bairro
Cidade Nova Itaperuna RJ. Quem disse que eu preciso ser
referencia pra alguem ou pra alguma instituição? Sigo a
palavra, sigo por meio da minha comunhão com o bom
Pastor e nada além.

Meu espírito é livre e lindo e não tenho medo do que as
pessoas dizem a respeito dele. Sei onde posso chegar,
sei o que eu não sou. Minhas viagens causam inveja,
sim eu me arrisco, coloco todas as loucuras pra fora, todas
as estranhas palavras não ditas por medo dos costumes
impostos pela instituição a qual se serve, e onde fica
mesmo o serviço apenas à boa obra?

O tempo vai passando e tudo parece se resumir no consumo
no bem estar, no possuir, no ter, no permanecer centrado.
Que vá pros infernos todas as perguntas que começam com
"como": como ganhar dinheiro? como transar? como ser feliz?
como fazer a EBD crescer? E mais um vez a religião parece ter
sido "transformada em tolice e ocidentalizada".

Vamos ficar presos no tempo? Não espero isso pra mim, sou
muito mais do que ditos banais, conceitos amarrados a costumes.
'Quero manter minha mente fértil para as mudanças, de modo que
as coisas continuem nascendo em mim, de modo que as coisas
continuem a morrer quando chegar a hora de morrer. Quero
continuar a me afastar da pessoa que eu era um instante antes,
porque a mente existe para descobrir coisas, não para ler a
mesma página recorrentemente.'

Seguir viagem é encontrar bons personagens que no final da
estrada serão diferentes do que eram no começo.

Ensaios

Ensaios que me embalam
Beijo doce que encontrei
entre as estranhezas do ser
Ensaios da porção do meu inteiro
Intra, entre, constelações

Brinco de poesia
Brinco de ser sua
Embalada nos ensaios
do nosso filo, nem por
vezes sofia

Ensaios de mina,
menina, embalada,
guiada ... nos encontros
da sua arte e ARDE, corre
percorre entre a exaltação.

Brinco nos ensaios
e saio, só, no final de
cada quarta.
Ensaios, pedaços, contra cena
pena de não me fartar
Intenso, propenso para
acontecer, permanecer em ensaios.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quarto dos Mistérios


Ler acalma meu espírito e ultimamente ler "a casa de rubem alves"
tem me levado pra fora de mim, como um descanço pra mente e
depois volto a pensar ainda mais. Essa semana um texto em especial
chamou muito a minha atenção e caso você tenha motivação, pode lê-lo
na integra no seguinte endereço:

http://www.rubemalves.com.br/oquartodomisterio.htm

Proseguindo (...)

Me lembrei da casa velha e grande dos meus avós em Itaperuna, o
3° andar abandonado com as máquinas de costura da minha avó, os
armários antigos, roupas, camas, entulho! Livros da época de colegial
do meu pai e tios, objetos que tinham história. Fotos, revistas e não
posso de maneira alguma me esquecer da barraca verde que meu avô
usava pra caçar jacaré alguns anos antes do meu nascimento.

Memórias e segredos me reportaram para o texto de Rubem Alves,
realmente ele está certo, pois "o quarto proibido é sempre aquele
que a gente quer entrar" ... tudo bem que o 3° andar não era proibido
mais toda vez que subiamos pra lá os "adultos" ficavam da sala de estar
gritando "crianças desçam daí" "Nana onde você está?" "Nana olha a
Isabela pra mim" "ai não é lugar de brincar". Eu pensava, como assim
não é lugar de brincar? ali era o melhor lugar para se estar em toda a
casa, "era um lugar encantado" isso quando eu não estava no pé de goiaba.

O mais intrigante é que diante do texto de Rubem eu consegui
entender que de fato todos temos um quarto dos mistérios dentro
de nós e que por onde eu andar o velho e empoeirado 3° anda da casa
dos meus avós vai estar sempre comigo. "Minha alma é um quarto
onde os objetos mais estranhos estão colocados, um ao lado do outro,
sem ordem, sem nenhuma intenção de fazer sentido. Por oposição à sala,
onde casa objeto está colocado numa ordem precisa em relação aos outros."
Dentro de mim cada objeto é "um universo completo, não depende dos outros."

Tenho esse quarto dentro de mim, nele se encontram os meus objetos
estranhos, as minhas fotografias velhas com pessoas especiais, minhas
primeiras pinturas feitas aos 10 anos de idade. Presentes, livros, cabe
tudo dentro dele (...) Neste quarto está toda a minha fragilidade e os
sentimentos mais terríveis, não me assusto em falar deles até porque
"as coisas terríves são apenas molduras para coisas encantadas,
imobilizadas em sono, fora do tempo, como a Bela Adormecida, em
meio ao pó, às teias de aranha, à heras e plantas selvagens, à espera
de alguém que dará o beijo que quebrará o feitiço" ...

Para se chegar neste quarto você tem que roubar a chave,
para se chegar ao 3° andar você tem que subir as escadas devagar
e vigiar para ninguem lhe ver subindo. Só os verdadeiros amigos gostarão
de estar neste quarto.

A pergunta feita por Drummond, por Rubem Alves ainda permanece ...

"Trouxeste a chave?"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O furacão passou!


Textos, contextos, pretextos, idéias fixas, palavras soltas.
Tantos assuntos apresentados, sentimentos exigem de mim
suas reais definições. Como definir neste tempo onde nada
precisa ser definido? Quero falar sobre tanta coisa e ainda
não consegui colocar cada uma delas nas caixinhas corretas.

Meus últimos textos, então.. ouvi muito sobre eles ultimamente.
Amigos me achamaram a atenção sobre minhas colocações e
todo sentimentalismo empregado. Já não se parecia comigo toda
aquela fragilidade, confusão e podemos dizer desespero.

Realmente acho todos infantis e com pouco conteúdo relevante.
Tudo aquilo foi por conta de me deparar com um furação, que
serviu apenas para levar algumas coisas de mim. Levar pessoas,
e construções que já não valiam de nada. No final de um furação
sobra o terro vazio para se construir algo. Fica sim algumas sujeiras
aqui outra ali, mais nada que uma boa limpeza não resolva.

Eu já tinha construido paredes em volta do mim e esse furação também
as levou. E agora estou pronta para seguir. O vento já parou, o campo
está brilhando novamente, o céu está se abrindo e um raio de calor
aqueçe minha pele e tudo está leve, o ar está leve. Digamos que agora
minha limpeza está quase pronta e eu já encontrei idéias, sonhos, pessoas,
textos. Nada me impede de progredir e construir algo sólido e eterno.

Não estou mais assustada, o tempo está clareando e é hora de seguir...

há muito trabalho pela frente!